O palhação
- Roberto Mendonça Maranho
- 22 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de mai. de 2024
Tempos atrás estive no primeiro aniversário do filho de uma prima muito querida. Meses antes da comemoração, quando o pessoal se reunia, eu ficava agitando e dizendo que no dia da festa eu iria vestido de palhaço para divertir a criançada.
A data do evento chegou. Mesas com enfeites coloridos, bexigas, piscina de bolinha para a criançada, salgadinhos e comidas típicas de festa de criança, como aquele “rabo de gato” e o mini cachorro quente só com salsicha e molho, iguaria fantástica que não sei por que não costuma estar presente em outros eventos. E eu de calça e camiseta. Não cumpri o prometido.
Para minha surpresa e alegria, me deparo com um palhaço bem animado, vestido com todos os acessórios que esse ser provocador do riso deve usar. Ele fazia sua bagunça e divertia tanto os adultos como a criançada. E de repente, sacou uns apetrechos e começou a pintar o rosto das crianças. Logo se formou uma grande fila – grande no comprimento, mas não na altura, que não ultrapassava um metro e pouco. Então se via meninas com borboletas coloridas desenhadas em suas faces e meninos ao estilo homem aranha e outros heróis. O palhaço era um verdadeiro artista.
Após a ultima criança se levantar da cadeira, me aproximei e disse que agora era a minha vez. Alguns adultos que estavam por perto deram risada e acharam que era uma brincadeira. Mas me sentei na cadeira e o artista começou seu trabalho. Uns vinte minutos depois me levantei. Ele ainda me arranjou um mini chapéuzinho verde e um nariz redondo vermelho. Estava cumprida a promessa. Naquele momento eu era uma espécie de Palhaço Bozo só que em versão extra-grande. Aí foi só alegria, palhaçadas e fotografias.
Festa de criança acaba cedo. Por uma coincidência, naquele mesmo dia era aniversário do sogro do meu irmão. Uma pessoa muito gente boa, com quem tenho muita amizade. Já tentei uma vez pensar em qual seria o nome do parentesco entre ele e eu. A melhor ideia que me ocorreu foi o que eu sempre digo pra ele, que arrumou um genro e eu vim junto de brinde.
E seguimos direto de uma festa para a outra. Na casa dele estava rolando um jantar só para o pessoal mais próximo, sua família e seus amigos motociclistas. E fui vestido daquele mesmo jeito. Ao apontar na entrada do quintal, me deparei com vinte pares de olhos me olhando. Recuei por uns segundos. Mas logo assumi a identidade de palhaço, abri um sorriso, acenei para a galera e entrei a passos largos, caminhando rápido até o fundo, onde estava o aniversariante. Foi muita risada por todo lado. Uma homenagem a uma pessoa querida.
Um priminho da minha cunhada ficou doido com a chegada daquele palhaço, e não parava de brincar e gritar “ôh paiaçããããão”! Foi um dia inesquecível. Mas o mais legal é que, até hoje, sempre que encontro aquele menino, ele fala “ôh paiaçããããão”!
(Maio/2012)
Beto, me lembro deste dia perfeitamente, foi um dia muito especial para mim, nos garantiu muitas risadas e lembrancas boas!!! Seus textos estão show!! Parabens